“a base de sonhos, dos sonhos de quem acredita que o triunfo é um caminho que pode ser percorrido”.

“Clã 89 – Rainha Santa Isabel

15 a 17 de abril de 2022

Agrupamento 524 – Aveiras de Cima

Reza a história que o nome Drave está ligado ao facto de a aldeia ser ponto de recolha dos aldrabões/ladrões que roubavam o mel, no entanto quem lá vai não é de todo aldrabado.

A experiência começa longe, quando pegamos nas nossas mochilas ainda em casa, e nos pomos ao caminho. A cada quilómetro que percorremos a ansiedade aumenta e os nervos crescem, poucos a conhecem, mas todos sonham com ela.

Quando saímos do transporte, chegamos ao nosso ponto de conforto, a montanha, e ao fundo outras montanhas, mostram as suas escarpas intocadas, e a aldeia ainda se esconde no vale. A caminhada começa e a natureza acolhe cada passo dos caminheiros. Uma curva e outra curva, e mais uma e eis que surge em todo o seu esplendor A Drave, o ponto de encontro em todos os caminheiros ainda que desencontrados se reúnem ao longos de décadas. O Sol ainda está alto, quando atravessamos a ribeira e Drave nos acolhe nas suas sombras, no seu abraço espontâneo e natural, sem nos apertar.

A rede dos telefones já foi, a ligação é aos nossos companheiros, a navegação é dura nas pedras que nos acolhem de forma desajeitada e desarrumada. “Olha a cascata, que o meu irmão tomou banho quando veio cá”, “Foi ali que eles ficaram na última vez que vieram”. Já na casinha, encontramos clãs que conhecemos, os vizinhos de escutismo, procuramos os nossos antecessores e mesmo não tendo encontrado sentimos a sua presença.

Quando o sol vagarosamente se começou a esconder e a lua completa ansiosamente apareceu para nos acolher partilhamos medos, e já com apenas a luz da lua sobre as nossas cabeças maravilhadas e pernas cansada, recolhemo-nos ao calor dos sacos de cama.

Na manhã seguinte fomos servir a Drave, e abrir caminho para que outros irmãos caminheiros possam lá encontrar o encanto do seu caminho que ali conhece uma paragem, um porto de abrigo. Após o almoço fomos sentir a água que vence as rochas no seu caminho sem fim. Foi nessa água que lavamos os pés dos nossos irmãos e os beijamos na mais pura das humildades de quem não sabe porque o faz, mas um dia saberá. Ao final da tarde subimos para contemplar a vista, e para emocionados agradecer, e valorizar todas as dádivas que Deus nos dá. Também nesse momento percebemos que a magia não está no destino, mas no caminho e quem connosco o partilha e nele avança, sem medo do amanhã.

Na manhã seguinte, com as malas mais vazios de peso, mas completamente lotadas de experiências e conhecimentos fizemos nos à subida. Sabendo que o caminho era duro, não pela dificuldade, desnível ou distância, mas por largarmos aquele paraíso que agora deixamos. Ao regressarmos as saudades já apertam, os planos para voltar já se fazem, mas por agora é tempo de outros irmãos experimentarem aquela aldeia de maravilha. Já em casa, a Drave deixou nos um espaço especial no coração, e ajudou-nos a encontrar a nossa missão, no caminheirismo, no escutismo e na vida.

Para nós ficou mais uma jornada nesta nossa odisseia, naquela aldeia que em tempos albergava aldrabões e agora é a base de sonhos, dos sonhos de quem acredita que o triunfo é um caminho que pode ser percorrido. E a caça continua.

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